História de encher o bolso (BVIW)

Givaldo corria as estradas a trabalho. Conhecia o País do avesso. Era popular entre os caixas dos pedágios e os agentes rodoviários. Gente boa de se esticar conversa, e de esquecer até da vida se deixasse, de tantas aventuras acumuladas das suas vivências cotidianas.

- Conta aquele episódio para o Braga, em que você bebeu além da conta e amanheceu cheio da grana! – Disse o agente já dando risadas.

- Ué! Eu já vi o cara acordar até sem as cuecas, agora com dinheiro, essa é nova para mim! Conta aí, Giva! – Pediu Braga todo curioso.

- Pois não foi? Saí do festival e me desencontrei dos amigos. Éramos em oito, e o Diguinho havia ficado com as chaves da residência que alugamos, mas não sei que raios aconteceu, acho que alguém me ofereceu um drink que era uma bomba alcoólica. Eu perdi não só o caminho de casa como totalmente a noção de tudo, até o celular.

- Xiii, aí ficou à deriva e acabou esticando a festa!

- Nada! Parei bem distante do local do evento, devo ter andado feito cachorro louco perdido. Amanheci deitado na calçada em frente ao Bar Shop Suado, e com uma caixa de papelão cheia de dinheiro! De certo me consideraram morador de rua. Tinha até libra esterlina! Somou uma boa graninha, deu inclusive para pagar o aluguel.

- Mas conta, e como você voltou para casa? – Quis saber o agente.

- Ah, foi o meu braço direito! Ele nunca me abandona. Surgiu todo feliz para me resgatar. Parecia dançar de tão agitado. Zorro me lambeu tanto que curei do porre num repente!

- Ah, esse aí sim é confiança da gente! Amor fiel e mais puro só de uma criancinha.

Tema proposto pelo BVIW   -  Braço direito

(BVIW - *BECOMING VERY IMPORTANTE WRITER/ "Tornando-se um escritor muito importante").