BUZINAS NÃO SILENCIAM – BVIW
Era uma vez o barulho das buzinas e das freadas anunciando mais um dia tenso no trânsito da cidade. De um pulo Aroldo saiu da cama gritando:
- Meu Deus! É hoje o dia do treinamento, e eu perdi a hora! Estou ferrado!
Correu aflito para o banho, e quase tropeça no próprio pé de tão atrapalhado. A pressa do nervoso deixa o cérebro em mau funcionamento, e só piora a situação do dorminhoco.
Zizinha, a antiga governanta da casa, via e não entendia nada. Para o patrão ter acordado àquela hora, algo mesmo sério deveria ter acontecido. Estaria passando mal ou recebera alguma notícia perturbadora, pensava a mulher. Apressou-se em lhe preparar o desjejum da sua habitual preferência.
Quando saiu do quarto, todo impecável de terno e gravata, a funcionária do lar teve certeza de que o Aroldo não estava bem das ideias. O exagero da noitada devia ter mexido com o seu normal. E perguntou:
- Doutor, o senhor não está de férias?
Aroldo correu para a janela, do lado de fora só matas e o canto dos passarinhos! Estava na fazenda para descanso da vida agitada. Aliviado e agradecendo ao universo por aquele paraíso particular, respondeu:
- Então, Zizinha querida! É o primeiro dia de folga, mas o caos urbano ainda não silenciou na minha mente para desfrutar desta paz. – E voltou para o repouso.
Tema proposto pelo BVIW - Era uma vez... (na cidade)
(BVIW - *BECOMING VERY IMPORTANTE WRITER/ "Tornando-se um escritor muito importante").