FÉRIAS SEM SOSSEGO (BVIW)
Risonilda não via a hora de sair de férias. O corre-corre, o rala-rala, e o sobe-e-desce desenfreado a estava deixando com olhos de panda. Do grupo de amigas, ela era a única que ainda estava trabalhando. Todas aguardavam ansiosas pela viagem dos sonhos. Mais uma semana e a carta de alforria por um mês estaria assinada. O dia tão esperado chegou! Os dentes de fora mostravam a alegria de dentro. Coisa boa é fazer o que se quer com quem se quer ter por perto. Entre elas: amigas de infância, amigas vizinhas, amigas de trabalho, amigas de academia, amigas da literatura. Um time e tanto para conversa diversificada.
Chegaram ao antigo casarão Condessa de Alencar. Não era título de nobreza, o senhor Nicolau de Alencar, que era o dono da fazenda, adorava a fruta, por isso batizou o palacete com o nome. A noite brindava boas risadas. Metade era alegria natural, a outra metade do riso, pela ingestão de álcool. Depois do bate-papo, as mulheres foram cada uma para o quarto individual. No alto da noite em sono pesado, ouviram um berro apavorante. Todas se curaram da ressaca instantaneamente.
- Quem foi que jogou esta gosma nojenta em cima de mim??? – Risonilda enojada limpava o braço com a toalhinha de mão.
O “eu não fui em coro” se ouviu. Não havia sido nenhuma amiga ou uma delas era a arteira. Quando deu início ao desentendimento com acusações, uma voz disse:
- Eu confesso... Fui eu!
Gritando e correndo feito loucas, vestidas apenas com camisola, as amigas sumiram na poeira porteira afora! O enorme sapo falante não era efeito da bebiba, e sim o fantasma que habitava aquela morada. A vizinhança comentava, mas ninguém acreditava. Só quem via é que sabia. E a mulherada? Corria que corria!
Tema proposto pelo BVIW - Eu confesso
(BVIW - *BECOMING VERY IMPORTANTE WRITER/ "Tornando-se um escritor muito importante").