ESPERE UMA ETERNIDADE (BVIW)
Havia o Diko, rapaz chato, toda dia importunava o primo. Achava-se melhor e com mais sorte. Na vida e com as meninas. Beto era legal, apesar da educação e paciência, se cansava da perseguição inútil do primo. Um tinha tudo o que desejava com o estalar de dedos. O pai gabava-se por atender aos caprichos do garoto. A mãe, embora não concordasse com o jeito que o marido tratava o filho, nunca manifestou insatisfação, e a vida seguia sem limites ou freio. Como reza a lenda, quando os de casa não ensinam, a vida dá rasteira. Não tardou para Diko derrapar nas próprias atitudes. Beto vivia cercado de gurizada. Os meninos tinham admiração pelo seu jeito simples e por sua inteligência. As garotas faziam fila e disputavam a atenção do jovem. Enquanto Diko conquistava amigos e namoradas pelo poder aquisitivo, com baladas e festa top, o primo nem precisava se esforçar, as pessoas gostavam dele de graça. E isso incomodava demais o Diko que morria de ciúmes e inveja.
- E aí, Betinho! Vamos lá em casa hoje, vai rolar uma social e faço questão da sua presença...
Beto já havia sido alertado sobre a verdadeira intenção do primo rico: causar-lhe constrangimento! Portanto, ele concordou que iria, mesmo tendo a convicção de que não apareceria. Na hora combinada, Diko ficou à espera da galera, mas ninguém foi. O rapaz estava irritado enviando mensagens para os contatos pelas redes sociais, e só recebia como resposta “espere aí”. E ficou feito besta esperando sem que uma viva alma chegasse. Por fim, entendeu que nem os seus amigos mais próximos aceitaram a humilhação que havia preparado para o próprio primo, que era um querido de todos na cidadezinha. Dizem que Diko até hoje espera pela volta dos amigos. Todos concordam, se ele não mudar o jeito de ser, vai esperar é para sempre!
Tema proposto pelo BVIW - Espere aí
(BVIW - *BECOMING VERY IMPORTANTE WRITER/ "Tornando-se um escritor muito importante").