MEIO COITÉ DE ARROZ E UMA CONCHA DE FEIJÃO
Estou indo embora. Logo voltarei a ser pó, deixarei de ser matéria, e serei apenas lembrança para os mais próximos. Para outros, não demorará muito e cairei no esquecimento da vida que segue. Não! Eu não estou à beira da morte nem com os dias contados, mas ando refletindo muito sobre a fragilidade das relações humanas, e penso quanto tempo se perde com discussões tolas. A vida passa e depois fica a sensação de desperdício de tempo com futilidades.
Por pouca coisa se destrói um relacionamento de longa vida. Seja amoroso, familiar ou de amizade. Tenho a sensação de que perdemos a capacidade de ouvir e de enxergar, e que o egoísmo e o orgulho andam falando alto demais. Tudo isso nos impede de escutar o que o outro tem a dizer, e mais que isso, nos tira a chance do perdão e arrependimento e da reconciliação.
Uma briga pode acontecer por assuntos sérios, mas na maioria das vezes, por falta de paciência e de tolerância, desistimos da convivência e magoamos pessoas maravilhosas, porque nas horas de fúria potencializamos os defeitos das criaturas e esquecemos os 99% de tudo de incrível que elas fizeram e representavam em nossa história.
Por isso, respire e reflita: é preciso sangue frio nas horas de desacordos, e que as boas lembranças tirem da mente as diferenças, as mágoas e o desejo de romper com amizades ou enlaces. Porque muitas vezes um grande conflito pode iniciar até mesmo por meio coité de arroz ou uma concha de feijão.
*I am back!