NA PUREZA REAL (BVIW)
Tenho uma amiga freira que é a personificação da pureza e da alegria. Há alguns anos, quando foi nos visitar em outra casa, ela brincou com meu filho, na época com seis anos. Pegou o pote de bolinhas de gude dele, e ficou jogando-as para o alto dando gargalhadas quando quicavam no piso. Irradiava na irmã uma candura angelical. Achei tão lindo e puro aquele momento, quisera ter paralisado o tempo ali.
Na imagem, o doce olhar e sorrisos das irmãs me fez voltar naquele quarto repleto da risada da irmã amiga. Passou o tempo, e ela conserva o mesmo jeito. E apesar da vida missionária não ser mar de flores, longe disso, ela passa por humilhação, é obrigada a acatar ordens e se submeter à servidão religiosa, sinônimo de opressão. Foi uma escolha de serviço por amor a Deus, mas o homem (bispos, padres e demais religiosos), muitas vezes se valem do poder e exageram a mão pesada das vaidades e soberbas, e destratam as servas do Senhor. Mas, prefiro me voltar para a suavidade da ilustração, e recordar o que disse meu filho quando viu a diversão da irmã com suas gudes. Ele se aproximou de mim, e falou baixinho com carinha travessa:
- Essa irmã é bem doidinha...
Meu desejo é que no mundo haja muita gente doidinha como a irmã querida, e que não permita que nada nem ninguém modifique o seu jeito de ser.
Tema proposto pelo BVIW é a imagem* que ilustra esta crônica, que foi fornecida pela autora *Marília Lopes Paixão.