OPEN EYES (BVIW)
Dinaldo era dono da melhor livraria da cidade. Open Eyes era o point preferido dos amantes da boa leitura. Apesar da crescente dependência da internet, havia um bom número de consumidores dos livros físicos. Na entrada do recinto a inscrição dizia: Tenho visto muita coisa nem tudo me agrada, mas meus olhos continuam abertos. LEIA SEMPRE!
- Entra logo, Zuleide! Mas coloca a máscara, pelo visto não viu nem leu o aviso. Qualquer hora ficarei sem ar, mas não de Covid, sim de usar essa mordaça sufocante!
- Pronto, Maria, coloquei! E para de fazer escândalo! Coisa chata é gente reclamona...
- Não estou reclamando, e sim manifestando meu descontentamento!
As amigas estavam à busca dos Clássicos da Literatura. A intenção era estimular o sobrinho à leitura de grandes obras.
- Dudu só se interessa por fanzines! Maior devorador da literatura de quinta categoria! Quem cria essas revistas são leitores sem qualificação!
- Não diga isso, Maria... Pelo menos o menino lê, e que coisa feia criticar os jovens que escrevem. É assim que surgem grandes autores!
As duas foram conversando, e pararam na seção de Culinária:
- Maria minha amiga, que Nossa Senhora da Obesidade me defenda nesta pandemia! A criatura só cresce para os lados! – Disse Zuleide às gargalhadas.
- E eu quero virar uma sapa-touro, e morrer com toneladas para o desgraçado do Juarez carregar o peso do meu ódio de tudo que me aprontou em vida!
- Misericórida, mulher! Morro de rir com suas palhaçadas, acontece que hoje em dia tem carrinho de rodas para transportar o caixão até a sepultura.
- Então que o carrinho e o caixão quebrem para dar mais prejuízo ao capeta do meu marido!
As duas acabaram indo embora sem nada comprar, o rumo da conversa retirou da mente a ideia principal que as levara até ali.
PS. Conto meramente fictício.
Tema proposto: Abortando a ideia principal