LEMBRANÇAS ETERNIZAM (BVIW)
Joelson estava admirando o pôr de Sol incrível. Céu róseo com o dourado luminoso extraordinário! Correu até a sala, pegou a câmera, e voltou para registrar o momento. Mas era uma vez, e fim! Fugaz. Nem deu prazo. Eternizou na mente, e desapareceu no espaço. Permaneceu ainda ali por algum tempo pensando o quanto aquele breve instante de beleza fez acender a lembrança de tantas pessoas e situações que partiram na pressa.
Era outra vez menino, seis ou sete anos de idade, na hora do recreio ao invés de uma boa merende, a lancheira estava lotada de bolinhas de gude. Tinha gana de brincar! Os colegas diziam à boca miúda enquanto Joelson se aproximava: - Lá vem o fominha! Apesar das pilhérias, era um menino muito querido, os colegas riam, mas tinham carinho e respeito por ele. E a hora da merenda voava mais veloz que o falcão-peregrino, fato que deixavam os meninos entediados na volta para a sala de aula.
De repente se viu jovem, era 11 de janeiro de 1985, e estava cobrindo o Rock In Rio em seu primeiro emprego no Jornal. O coração em êxtase! Faria o registro fotográfico da apresentação de ninguém menos que Queen! Não viu a hora passar. Quando se faz o que ama, não se mensura o tempo. Joelson achou rápido demais. Queixou-se.
As recordações seguiram, e o levaram mais à frente, devia estar com vinte e sete anos quando apaixonou pela Iraci. Foi um amor tão grande, forte, imenso e intenso. Mas como o Pôr-do-Sol que apreciava no fim daquela tarde, não deu para preservar. Cada um desapareceu da vida do outro num repente que o fim chegou sem sorte para o "Felizes Para Sempre”. Joelson voltou o olhar para a escuridão do infinito, e como se confortando da saudade que a lembrança acendera, disse para si mesmo, porque sabia que devia deixar o passado para trás:
- Aos poucos, qual Fênix, ressurge o brilho nos olhos, o sorriso na face, a paz no espírito. A esperança sendo escora para a vida seguir seu curso...