ESCRITORES DESACREDITADOS
Ano passado, nesta mesma data em que se comemora o Dia Nacional do Livro, eu celebrava a publicação do meu primeiro livro individual. Antes havia participado de Seletas, e de uma publicação especial com outras autoras.
Ilude-se quem acredita ser fácil publicar um livro. Ilude-se muito mais quem imagina vender rápido. Ninguém aposta em autores desconhecidos. Mas isso de rejeitar o talento local, e o de pessoas comuns, tem raízes lá atrás, há mais de dois mil anos.
Alguém já ouviu falar em Jesus de Nazaré? Então! Certa vez, quando disseram sobre o que Ele realizava, "Natanael perguntou: "De Nazaré pode sair algo de bom?" (Jo, 1, 46). E quando maravilhadas com a sabedoria e os milagres de Jesus, as pessoas com desprezo pela sua origem, perguntavam entre si: "Não é Ele o filho do carpinteiro?" (Mt 13, 56).
Longe de mim querer me comparar com Jesus de Nazaré, o que seria heresia, além de soberba. No entanto, sinto na tez a mesma desconfiança das pessoas em me questionar o dom, e a recusa em adquirir um livro de autora anônima.
Hoje, no Dia Nacional do Livro, dou voz a tantos autores e tantas autoras com seus dons e talentos, e peço a você que valorize cada artista das Letras. Incentive novos autores dando-lhes a chance de serem conhecidos. Adquira pelo menos um livro de um autor anônimo da sua rua, do seu bairro, da sua cidade, do seu País. Você pode se surpreender!
Parabéns, amigos autores que seguem acreditando, como eu, que a Arte da Palavra transforma e é libertadora!
Djanira Luz, operária das Letras.