Djanira Luz dj@
As Palavras Que Criam Vida...
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LIGAÇÕES ABSTRATAS (BVIW)
Heloíse estava abraçada ao presente como uma criança ao brinquedo novo. Passara bom tempo admirando as mandalas. O primo mais ligado à tecnologia, típico menino Era digital, quis saber que objeto era aquele, e o que fazia.
- É um caleidoscópio! – Limitou-se a responder. E dando risadas, concluiu: - Que busque conhecer mais no tio Google, Sr. Gigabytes!
Acostumados com as pontes físicas, somos impelidos imaginá-las construídas com estruturas de cimento, pedra, madeira, ferro, enfim, uma variedade de material, no entanto, há formas abstratas de pontes. O caleidoscópio fez Heloíse atravessar a ponte imaterial do passado. As lembranças se tornaram tão vivas, quase palpáveis. Ela foi transportada na ponte da recordação, e já se via correndo pelo parquinho com as amigas. Podia mesmo sentir a brisa fresca do vento desalinhando seus longos cabelos, e ouvir as risadas gostosas das brincadeiras infantis. A ponte da lembrança seguia costurando histórias, e num instante estava jovem apaixonada pela vida. Nutria amor por um garoto. Sentiu a respiração curta e o apressar das batidas do coração, era desse jeito que seu corpo respondia diante do namorado. De repente Heloíse foi interrompida, e a ponte se desfez. Caindo em si, se viu na realidade não tão perfeita quanto a que havia em sua memória. Antes de dar atenção ao chamado da mãe, perguntou para si mesma: Quando trazemos o passado para os dias atuais, ele se torna presente? De certo não deveria ter atravessado essa ponte...
- Venha logo, Helô! A sessão começa às vinte duas horas, precisa ir antes. Eliseu a espera para o jantar. Hoje é Dia dos namorados, esqueceu?
Como se faltasse o chão, a mulher achou melhor guardar o presente por um tempo. Entendeu que algumas vezes é preciso esquecer o passado, evitando assim, dores desnecessárias. Diante do espelho retocou a maquiagem, ensaiou um sorriso, se vestiu de ânimo, e seguiu para o encontro. Em algum momento, sabia, precisaria desfazer de laços remotos, e ser feliz com o que seu destino oferecia. Resignou-se.
Heloíse estava abraçada ao presente como uma criança ao brinquedo novo. Passara bom tempo admirando as mandalas. O primo mais ligado à tecnologia, típico menino Era digital, quis saber que objeto era aquele, e o que fazia.
- É um caleidoscópio! – Limitou-se a responder. E dando risadas, concluiu: - Que busque conhecer mais no tio Google, Sr. Gigabytes!
Acostumados com as pontes físicas, somos impelidos imaginá-las construídas com estruturas de cimento, pedra, madeira, ferro, enfim, uma variedade de material, no entanto, há formas abstratas de pontes. O caleidoscópio fez Heloíse atravessar a ponte imaterial do passado. As lembranças se tornaram tão vivas, quase palpáveis. Ela foi transportada na ponte da recordação, e já se via correndo pelo parquinho com as amigas. Podia mesmo sentir a brisa fresca do vento desalinhando seus longos cabelos, e ouvir as risadas gostosas das brincadeiras infantis. A ponte da lembrança seguia costurando histórias, e num instante estava jovem apaixonada pela vida. Nutria amor por um garoto. Sentiu a respiração curta e o apressar das batidas do coração, era desse jeito que seu corpo respondia diante do namorado. De repente Heloíse foi interrompida, e a ponte se desfez. Caindo em si, se viu na realidade não tão perfeita quanto a que havia em sua memória. Antes de dar atenção ao chamado da mãe, perguntou para si mesma: Quando trazemos o passado para os dias atuais, ele se torna presente? De certo não deveria ter atravessado essa ponte...
- Venha logo, Helô! A sessão começa às vinte duas horas, precisa ir antes. Eliseu a espera para o jantar. Hoje é Dia dos namorados, esqueceu?
Como se faltasse o chão, a mulher achou melhor guardar o presente por um tempo. Entendeu que algumas vezes é preciso esquecer o passado, evitando assim, dores desnecessárias. Diante do espelho retocou a maquiagem, ensaiou um sorriso, se vestiu de ânimo, e seguiu para o encontro. Em algum momento, sabia, precisaria desfazer de laços remotos, e ser feliz com o que seu destino oferecia. Resignou-se.
Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 09/06/2020
Alterado em 09/06/2020
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