Por onde ando os olhos se perdem, e tropeçam os pensamentos em passos incertos. É manhã, mas o sombrio dos meus sentidos deixa tudo tão obscuro. A tarde chega nem percebo o passar das horas.  Preocupações são ladras dos meus sorrisos, e me rasuram de tensão a fronte.  Há silêncio perturbador na mente, e um grito sufocando o peito. Olho para o alto buscando respostas para as aflições terrenas. O lindo e infinito celeste parece alheio à minha dor. Incomodo-me com sua latente indiferença. De repente algo me distrai impelindo-me a cessar os lamentos. Paro, observo e sinto. O vento com suas carícias, o canto da saíra-amarela, as peripécias das elétricas borboletas, o colorido róseo do fim das tardes de primavera.  Dentro em mim novas imagens tomam lugar do amargor. O rosto esboça outra aparência, e a alma menos peso carrega em si. Uma encruzilhada se abre diante de mim. Escolho os percalços da vida como sina ou opto por traçar eu mesma meu caminho sendo feliz do jeito que escolhi encarar desafios? A vida é um brecha, só quem tem coragem é que se esforça para crescimento e conquistas. Fiz minha alternativa! Ando florescendo por aí...