Por horas refletia sobre as coisas tantas, e se perdia no tempo que nem o via passar. Muitas vezes era interrompida para voltar ao mundo das situações práticas. Lorena não aceitava tudo com a mesma facilidade que amigos da mesma faixa etária. Era uma questionadora, afirmavam eles. Era também a que mais fazia perguntas em aula, dando a impressão de que não saíra da fase dos porquês. Assim se tornara a aluna e pessoa mais curiosa. Enquanto os colegas de trabalho realizavam suas tarefas sem questionar, apenas cumpriam as obrigações. Eram tidos como responsáveis e competentes em suas funções. A vida fluía na normalidade sem grandes chances para aventuras. Para Lorena a vida deles era um caos organizado, os imagina como simples ferramentas utilizadas pelo sistema burocrático. Ela não se conformava com as ordens nem coações não fossem de acordo com seus princípios. Não pensava igual a todo mundo em relação a quase nada. Para os amigos, era a maluca-beleza. Para os críticos, lunática sem noção. Para mim, uma filósofa da atualidade. Ela vê o mundo de modo singular, e faz uma leitura própria dos fatos. Tem uma visão cristalina da vida, e a menta aberta sobre o novo e o diferente, o que lhe confere um espírito repleto de sabedoria, e rara inteligência.