Um pouco de quase tudo desta vida já li em algum um livro. Do provável ao que nem imaginava existir. Do popular ao extraordinário. Do sutil ao imponente. Do delicado ao impolido. Há sentimentos e atitudes, em minha visão, tão absurdos, colossais ou até louváveis, que seriam incabíveis em um livro. Listo aqui: a fúria do ditador e a crueza do psicopata. A paciência do monge e a sensatez do sábio. A indiferença do arrogante e a vaidade exagerada do orgulhoso. O altruísmo das mães e a nobreza do humilde. O ataque entre partidos políticos e todos os lesivos preconceitos. A honradez do mártir e a caridade do filantropo. A fé movida a cifrão e os discursos de ódio dos incrédulos contra Deus. Sim, claro que existe uma infinitude de livros sobre as temáticas relacionadas acima. É que tanto o ódio amplificado quanto o amor desmedido são intensos em exageros que não caberiam em um livro pela sua extensão, não deveriam caber também por eu desejar que os maus sentires não se eternizem. Quanto ao amor, mais que cantado em prosa e rimas, poderia ser mais real que um verso poético. Que livros sejam para nos fazer sonhar e nos apresentar descobertas salutares. E que nos abram horizontes da mente cujos caminhos ainda têm barricadas hostis contra o novo e o diferente, o belo e o incompreendido.

Tema BVIW: "Não caberia em um livro".