UM PODER DE ARREPIAR! (BVIW)
Criança já tem imaginação fértil. Criança amante das palavras e com mente criativa, muito mais! Por longo tempo vivi com a ideia fixa de que havia nascido com poderes especiais. Voltando o olhar para o passado da minha meninez, faço ideia de como deveriam me achar estranha ou qualquer coisa lunática. Divirto-me! Essa ideia de poder se deu desde o dia em que descobri ser capaz de ficar arrepiada quando queria. Vivia fazendo demonstrações para os mais íntimos. Dizia na frente dos incrédulos: - Quero ficar arrepiada -. E ficava! Não era poder, bem sei disso. Era um domínio da mente, um treino, um comando, seja lá o que fosse, ou o que seja, pois continuo com essa capacidade de arrepios involuntários. Com o apressar da vida, o meu poder se tornou a escrita. Através da escrita, tiro a roupa, a máscara. Rasgo preconceitos, medos e receios. Percebo que a cada fase da vida renovo-me e, nas minhas escritas, vou me revelando. E assim me acho no encontro comigo mesma. Escrevendo crio asas, ninguém me impede de ir ou ficar. De rir ou chorar. Sinto que sou. Eu. E só! Com poder supremo de colocar minhas vírgulas, reticências ou ponto final no momento escolhido por mim. Penso que maior poder que o da palavra, se houver, desconheço. Não incluo nem comparo com o poder da fé. Essa, entretanto, é uma questão divina, e não cabe numa mera humana como eu.
Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 09/01/2019