A DOR QUE NÃO É MINHA...
Por onde andei todo esse tempo que me perdi de mim? Com que sonhos adormeci esquecendo-me de viver florindo? Fugas. Desilusões. Utopias. E a vida atolada em problemas que não são meus. Eu só, sou só sorrisos. Eu só, a vida é leve, é brisa fresca, é mente aberta, é visão cristalina da vida, mas a gente nunca é só. A gente é pluralidade. Múltiplos de riso, de dor, de lamento, de sustos, de perdas, de desencontros, e de um monte de tudo que nem deveria existir coisa triste assim. Por onde andam as boas ideias e as risadas frouxas, dessas que se desprendem do íntimo sem força, sem motivo, e que escapam pelo simples fato da alegria gratuita e simples de ser. Gosto da vida, e gosto de mim, dessa minha resistência em ser feliz ainda que bombas explodam aos meus pés. Gosto da vida, mesmo com toda essa pintura feia que o mundo tem colorido os dias de todos nós. Aprendi, finalmente, a ouvir a dor e as lamúrias alheias. Absorvê-las, não. Permito que passem por mim, mas não permaneçam em mim, porque abro brechas para que saiam. Muitas vezes escorrem pelas janelas dos meus olhos, e se vão para não mais voltar. O que fica é o alívio, e a certeza que amanhã Deus me pintará sorrisos lindos na face, e o Sol, mesmo detrás das nuvens me acenará com um “oi, feliz bom dia”. Então é isso! Essa esperança que me faz bem para recomeçar uma nova aventura toda manhã de luz e paz, de graça e bem.
Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 14/07/2018
Alterado em 16/07/2018