AS INSTRUÇÕES DE BOCÓ! (BVIW)
Prolixa! Era esta a palavra que me definia em textos. Era, porque a Era de muitas linhas ficou para trás desde o dia em que aceitei, de nariz torcido, o desafio de escrever uma crônica sucinta. Como conseguir transmitir em tão pouco, se a mente vive repleta de palavras pensadas? Logo eu, a Rainha dos detalhes, tão descritiva! Eu que escrevia como quem reproduz em pinturas com minúcias, e que não havia texto com menos de trinta linhas, me rendi aos textos curtos. E me apaixonei por este novo jeito. Venho tentando uma fórmula onde consiga dizer tudo em síntese, sem perder a qualidade nem a compreensão do leitor. Não é fácil escrever um bom texto curto, é preciso argúcia para usar as palavras em concórdia e talento. Hoje já não torço mais nariz, tornando-me, inclusive, crítica de textos extensos. Já não preciso muitas letras para dizer tudo o que desejo. O menos se tornou essencial. Não fosse a persistência do convite, e de me convencer a diminuir as linhas, elas continuariam sendo hiperbólicas e tediosas. Deste novo jeito, não fico enchendo linguiça nem canso o leitor. Mil vezes obrigada, bocó!
Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 04/07/2018