A verdade é que nunca gostei de contas. Sou avessa a cálculos! Houve um mestre, no entanto, me garantiu que a Matemática estaria presente em tudo minha vida. Na ocasião achei esquisita essa afirmação, com o tempo constatei, tinha toda razão. Até para meu cafezinho, se não usar a medida exata, modifica o sabor. Na cozinha, em toda receita, quem está? Ela, a Matemática! E nos lugares mais improváveis ela também está. Confesso, continuo não gostando de conta, mas agora é um outro tipo de conta. E ela nunca vem no singular, lamento. Conta de luz, de celular, de água, de internet, enfim, uma infinidade de contas cujo valor não para de crescer. Bem diferente da conta bancária que só vejo débitos em desventuras... Já não bastasse o valor das contas abusivas mensais, assustei-me outro dia na hora de pagar a conta do restaurante. O valor cobrado não condizia com o tamanho da porção, tive a impressão de que havia jantado toda rês do Universo! Para saúde do meu coração, o garçom admitiu ter se atrapalhado nos valores, colocando mais dígitos que o normal. Pelo descuido do funcionário, quase tripliquei minha aversão pelos cálculos, porque nas minhas contas, as despesas seriam enésimas vezes menores que me fora cobrado. Em reparação pelo embaraço, o maître me fez a cortesia brindando-me com uma bela garrafa de frisante. No fim das contas, tudo bem no fim. Final feliz para minha noite!