QUERO ESQUECER O RESTO!
Ando colecionando momentos felizes. Tenho-os bem colado como figurinhas raras na frente da memória, são alegrias remotas. Descobri que elas me arrancam risadas gostosas, e alargam meus sorrisos só de pensar em tudo de belo vivido. Lembro-me da inconfundível risada de mamãe, e que chorava de tanto que ria. A expressão “chorar de rir” foi feita para ela, aposto! Recordo bem do primeiro livro que ganhei da professora querida pelas melhores notas. Muita alegria e orgulho senti! Divertido o dia, querendo impressionar o amado, puxa que chato, esqueci de acrescentar açúcar no bolo Floresta Negra! Fiquei chateada com o estrago, mas mesmo assim, o namorado apaixonado e gentil dizia estar gostoso... E a boneca que ganhei da tia Silvia quando papai retornou da Bahia? Linda! Tinha os cabelos lisos, e da mesma cor que os meus. Tantas lembranças boas e inocentes, hoje me alegram e enchem minha alma de ternura. Sem mencionar a emoção da maternidade, e a felicidade de ser avó. Há inúmeras recordações que dariam um folhetim, quiçá, uma Bíblia. Há outras tantas memórias nada fáceis de serem lembradas. Essas, porém, coloquei no arquivo descarte. Decidi reter em mim só o que me foi bom e belo, nada além disto. Concedo alforria para meu espírito, e libero os maus fantasmas retidos na mente, pois de agora em diante, eu quero é esquecer o resto!
Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 20/04/2018
Alterado em 20/04/2018