Djanira Luz dj@
As Palavras Que Criam Vida...
Textos
O VALOR DE CADA SER...(Um conto para os que creem em Deus)
Certa ocasião brigaram entre si o caderno, o lápis e a borracha. Por vaidades, cortaram os três a relação de uma amizade de longas histórias. O caderno acreditava ser o mais importante, pois sem ele, não haveria lugar para registrar os fatos. Já o lápis dizia-se o mais inteligente, era dele que saíam as palavras em série e com elas podia construir contos, casos, poemas, versos e tudo mais que as letras sabiam bem criar. A borracha sentia-se a mais forte do trio. Era ela que, com energia e decisão, apagava os erros e garantia o acerto dos pensamentos. Sem ela haveria rasuras e desperdícios. Decidiu que apagaria de sua vida a amizade do caderno e do lápis. E foi assim que cada um seguiu por caminhos distintos. O caderno, o lápis e a borracha.

Não demorou muito para o caderno sentir o vazio em suas linhas. Demorou menos ainda para reconhecer o que seria dele sem o lápis preenchendo-lhe as páginas com palavras ora de amor, ora de esperança, ora de lamentos, ora de alegrias, ora de dor e que juntas, enchiam-no de vida! Finalmente entendeu que não era imprescindível...

E lá em outro canto, onde encostado resolvera ficar, o lápis também certificou que valor suas palavras teriam se não houvesse uma companhia onde pudesse preencher o que cabia em si. Não poder partilhar a riqueza de ideias é egoísmo, além de grande desperdício! Sentiu dentro em si que deixando de fazer o bem por orgulho causava-lhe o vazio na alma. Ele também se sentiu imprestável sozinho...

Dentro da gaveta, a borracha achou que nada era mais sem propósito que se sentir inútil. De que lhe adiantava tanta força e poder se não estava a serviço de ninguém? Lembrou-se da satisfação que via na face do amigo lápis quando apagava algum engano de suas ideias, dando-lhe a chance de recomeços. Lembrou também da alegria do caderno em ver sem rasuras as suas páginas. A borracha nunca se sentira tão desoladamente apagada...

Depois de toda essa reflexão, tanto o caderno quanto o lápis e a borracha aprenderam seus valores e a respeitar uns aos outros. Viram que todos tinham a mesma medida e importância. Os amigos reconheceram o talento peculiar de cada um, respeitando e reconhecendo que todos precisam doar o que melhor têm em si. E nunca supervalorizar suas habilidades para não ofuscar o dom inerente de cada ser.

Cada vida neste mundo é um caderno de Deus. Ele dá para cada pessoa um lápis. Esse lápis é a sabedoria que capacita a cada ser a construção de uma bonita história de vida. O lápis deve ser usado para o bem próprio e para o bem do nosso próximo. Nunca devemos usá-lo para a nossa vaidade ou para a promoção dos nossos talentos, nem para nos colocarmos acima dos nossos irmãos. Deus, além do caderno -a vida, ofereceu-nos a borracha. Mas o seu uso serve exclusivamente para conceder o perdão. A única vez que podemos usar a borracha é para apagar as mágoas do coração. É quando o perdão concedido ou recebido limpa nossa vida da sujeira que entra com o rancor e as mágoas. A borracha não serve para apagar erros, dores ou qualquer outra coisa senão para conceder o perdão. Porque os erros nos fazem tirar boas lições e a corrigirmos futuras falhas. O dor nos faz mais forte, com ela aprendemos a superar momentos ruins. Seja um caderno que se permite escrever muitas boas histórias. Seja um lápis que preenche tantas vidas com palavras de amor e esperança com peculiar sabedoria. E exagere no uso da borracha para apagar mágoas e conceder o perdão. E viva feliz com a fé em Deus!
Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 17/08/2013
Alterado em 28/02/2014
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