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ONDE MORAR?
A primeira coisa que deveria ser feita na aquisição de um imóvel, seria a verificação da segurança. Mas geralmente nos encantamos com a beleza e conforto da casa, a vista maravilhosa do apartamento ou a facilidade em atrair clientes por conta da localização do estabelecimento comercial.
Ainda jovem, quando fazia o cursinho de Secretária Júnior, nos intervalos entre uma aula e outra, gostava de ficar na pracinha próximo à instituição. Sentava-me no banco ao lado do carrinho de pipocas do português Manuel. Um dia manifestei-lhe o desejo de morar em casa onde houvesse uma praça como aquela. O pipoqueiro, porém, me advertiu quanto a isso. Disse ser perigoso, pois possibilitava aos que não tinham boas intenções de planejarem assaltos. Eles ficavam sentados na praça só observando os movimentos de entra e sai dos moradores para depois invadirem suas casas. E, como a praça é pública, ninguém pode impedir de pessoas ficarem o quanto quiserem nela.
Passaram-se anos entre o tempo de estudos e da compra de uma casa quando casei. E as sábias considerações do português ficaram esquecidas no passado junto com o aroma de suas saborosas pipocas. E, por descuido, a casa que comprei ficava em frente a uma pracinha! Oito anos depois, quando minha casa foi invadida por meliantes, é que fui recordar, tardiamente, dos conselhos do seu Manuel.
Então, foi a hora de buscar por segurança e não mais beleza ou comodidade. Vim morar na serra do Rio. Na verdade, tudo foi mais bonito, agradável e confortável do que antes. Sentimo-nos seguros e felizes. Só não contávamos, depois de, novamente, oito anos passados, que seríamos vítimas do “derretimento” das montanhas mudando toda a estrutura da cidade e de nossas vidas. Mais uma lição. Casas próximas à encostas, nunca mais!
Agora fiz uma relação de onde não morar. Não moro mais onde há praças. Nem lugares com encostas. Sejam elas naturais ou artificiais. Também não quero morar em casa perto de rios. Aqui na cidade quem não foi soterrado ficou com água até o teto. E tem mais, depois do maremoto do Japão, não desejo morar na orla marítima. Era meu maior desejo para os próximos anos.
Deus! Para aonde irei, então? Se fujo da crueza humana, sou assolada pela violência natural! Por isso que os poderosos do Planeta estão comprando passagem para viagem à Lua. Como não possuo renda suficiente para esse luxo, a menos que da noite para o dia me torne uma autora “best sellers” ou ganhe algum prêmio milionário ou receba uma herança esquecida, (o que acho improváveis estas três possibilidades). Assim, vou ficando por aqui procurando por um lugar ao Sol, longe de morros, rios e praias. E peço ao bom Deus na minha impossibilidade de ir para a Lua, que Ele me reserve uma nuvem bem fofinha lá no céu, onde estarei finalmente segura.
Sim! Sei que é neurose pura pós-traumática este meu texto. Mas depois não vai fazer como eu fiz com o pipoqueiro... Ficar arrependida em não ter atentado ao seu conselho, viu? rs
Seja feliz todo dia!
Imagem do arquivo pessoal do amigo Jaime.