Djanira Luz dj@
As Palavras Que Criam Vida...
Textos
                                    Flor do meu jardim... Ana Catarina!


PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI SOBRE ELA...



“- Você escreve mais sobre o menino do que sobre a menina... Você tem preferência pelo seu filho?”

“Arre égua!” Só falando assim mesmo! Juro que não aguento essa capacidade que certas pessoas têm de tentar imaginar o que vai na minha mente ou no meu coração...

Pelo fato de ultimamente ter escrito algumas particularidades sobre meu filho bastaram para interrogatórios como seu precisasse de terapia familiar! Não pretendo parecer rude com minhas palavras incisivas, mas certos momentos requerem firmeza para que se perceba que digo com convicção de que não tenho preferência entre meu menino e minha menina. Amo os dois com a mesma intensidade.

Eu amo demais minha filha. Foi ela quem me chamou pela primeira vez de “mamãe”, foi ela quem me fez conhecer o quanto é bom ser mãe, o quanto é gratificante ter nascido com mamadeiras acopladas ao corpo chamadas de “seios”.

Foi ela quem me fez pensar que, apesar do homem sentir-se superior às mulheres, no momento mais importante da vida, ele fica de fora, a hora sagrada de alimentar um bebê torna a mulher superior e imprescindível para seu filho. Salvo quando o bebê nasce com alguma anomalia que o impede de ser amamentado pela mãe.

Então, minha amada filha foi responsável por me fazer experimentar todas as alegrias e dissabores de ser mãe. Como, por exemplo, a felicidade de tê-la em meus braços e saber que ela era parte de mim e a dor que tive em ver seu umbigo, de ter chorado por medo de não saber cuidar de um serzinho tão frágil, de ficar com uma pluma na mão e de minuto a minuto ficar colocando em frente ao narizinho dela para certificar-me de que ela respirava, de que estava viva – meu Deus, quase pirei nos primeiros dias de vida da minha filha!

E das vezes em que eu não querer ir ao banheiro ou comer para não sair de perto do bebê e feito mãe-coruja-de-primeira-viagem.... Eu ainda "obrigava" as visitas a sussurrarem, pois nada poderia incomodar a mais nobre habitante da casa que se tornara um lar- eu agi como uma louca naqueles dias!

Falar da minha filha é como se eu estive me revelando... Muitas vezes olhando para ela, eu me vejo. Não só aparência, mas o jeito, o pensamento incisivo mesclado com docilidade, o riso solto e espontâneo, a seriedade nos momentos em que se pede responsabilidade. Tantas coisas que nos assemelham...

Como ela é capaz de fazer coisas que nunca soube que fiz? Tipo cortar um lençol para costurar vestidinhos para bonecas? Como se nunca contei isso a ninguém? Como  é possível? Eu nem posso reclamar porque eu fiz igual! E isso, ao mesmo tempo que acho engraçado, me assusta! Como se os meus segredos não fossem mais segredos, como se o mundo resolvesse revelar através dela as traquinagens que cometi na minha garotice...

Vidas não se repetem. Como entender que filhos fazem coisas que fizemos sem que tenhamos lhes revelado? São mistérios que como leiga não ouso revelar.

A minha filha é um amor de menina. Amo sua gargalhada barulhenta e inconfundível e a sua voz quando canta os temas do filme Fantasma da Ópera. Quando viajamos nem preciso ligar o som. Ela tem um vasto repertório. Na última viagem do Dia das Mães, voltei chorando, pois fez uma surpresa e veio cantando Ave Maria de Gounod que é uma das músicas sacras que mais aprecio.


Ela é bem parecida comigo. Sei que não sou seu espelho e nem ela é meu reflexo... Só sei dizer que ela é minha melhor parte. Lamento que tenha ido de brinde para ela através do DNA algumas de minhas falhas...

Por isso que  é bem mais fácil falar do menino, apesar dele ter muito de mim também, o fato de ser do sexo oposto faz um diferença enorme.

De certo modo aqueles leitores "curiosos" acertaram... Sou uma mãe que tem preferência por filho sim, tanto que eu digo para minha filha:

- Você é minha filha preferida!

E depois digo para meu filho:

- Você é meu filho preferido!

Sorte de ter apenas dois filhos e de sexos distintos! Desta forma tenho o privilégio de demonstrar minha preferência.

Diz aí, mamãe coruja de plantão... Você tem preferência por algum filho seu? Eu tenho... Pelos dois!!!rs


Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 25/05/2009
Alterado em 25/05/2009
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras