Djanira Luz dj@
As Palavras Que Criam Vida...
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ESPANTA JARARACA!





Estavam juntos havia poucos meses. Foi um amor bonito, forte, verdadeiro que os uniu.

Naquela noite foram ao coquetel do lançamento de um novo produto no mercado. Era a primeira vez que apareceriam juntos depois da separação. Ambos haviam terminado um casamento de anos onde já não havia mais cumplicidade, união, amor.

Quando Meg ficou sozinha, as amigas da “ex” dele não perderam a oportunidade para aproximar-se dela e dar-lhe generosas alfinetadas:

- Oi, eu sou Ariela, amiiiiiiga da Nandinha a mulher do... – Tentou dizer uma das três mulheres que foram falar com a Meg.

Meg sorrindo, a interrompeu:

- Eu sei quem é a Fernanda... Vocês é quem não devem saber quem eu sou. Bem, como gosto de formalidades, deixa que eu me apresente... Meu nome é Margarete e meus amigos me chamam de Meg, eu sou a atual mulher do Albert.

As três amigas pareciam ainda mais irritadas com a educação e o bom humor da Meg e tentavam a qualquer custo desmerecê-la. E falavam de assuntos relacionados à profissão da “Nandinha”, exaltavam a beleza dela e de como era elegante... Essas coisas que mulheres quando querem derrubar outra, fazem. As conhecidas torturas psicológicas. Aquele trio tentava de toda maneira tirar a Meg do sério.

Entretanto, Meg imaginando o que enfrentaria na festa, estava tranquila, pois já esperava deparar-se com uma situação desgastante como aquela. Sem perder a elegância e o seu sempre bom humor, fez uma cara de admirada olhando em direção ao barman que preparava uma bebida e disse:

- Meninas, vocês vão ter que me dar um licencinha... Estou vendo que ali tem um drink que eu preciso provar! E retirou-se do meio daquelas mulheres desagradáveis e inconvenientes sem importar-se com aquele falatório provocativo.

Chegando ao bar, sorriu para o barman e perguntou com aquele risinho de moleca que vai aprontar:

- Escuta aqui, rapaz... Por acaso você não tem uma bebidinha que repila mulheres insuportáveis, não?

O barman não se conteve e deu uma risada alta chamando a atenção dos convidados presentes naquele ambiente.

Então, ele quis saber:

- Está sendo perseguida, minha querida?

Aquelas três amigas haviam ficado lá plantadas em pé no meio do salão, na direção do bar e Meg apontou para o próprio pescoço e disse:

- Olha só aqui atrás de mim... Tem três mulheres. Uma com vestido rosa salmão, outra com um tailleur risca de giz e uma de calça e blusa pretas...
 
- Ah... Estou vendo as três Marias... – Brincou o barman.

De lá as três amigas ficavam arquitetando um plano para acabar com a noite da Meg. Então, a Ariela que era mais enjoada cochichou algo no ouvido das outras duas mulheres e foi em direção ao companheiro da Meg, o Albert e disse-lhe com cinismo:

- É, Albert... Acho que sua mulherzinha deve ser conhecida do barman, veja como se divertem como bons e velhos amigos...

Ariela não perdeu tempo nem palavras para envenenar o pensamento daquele homem apaixonado. Embora confiasse na Meg, Albert sentiu uma pitadinha de ciúmes, pois sabia que não era difícil de se encantar com sua amada. Ela era doce, gentil e acolhia bem todas as pessoas. Para ela tanto fazia ser o presidente da empresa ou Zé da faxina, pois  tratava do mesmo jeito. Meg era uma simpatia de mulher, esbanjava charme e carisma por onde quer fosse.

Voltando para o reduto da fofoca, Ariela acreditava que havia plantado a desconfiança na mente de Albert. Ela convida as outras amigas a irem até o bar para atazanar a boa vida da Meg.

Meg está alegre com uma conversa animada com o barman. As três “Marias” chegam e começam a insinuar bobagens para Meg e o barman. Uma delas, ingenuamente, pergunta para Meg:

- Queriiiida, o que você está bebendo, meu bem?

Meg estalando os dedos, fingindo que havia esquecido, tentando lembrar o nome da bebida, dirige-se para o barman e representa:

- Como é mesmo o nome deste drink? – E ela mesma completa... Voltando-se para a sua interlocutora, com ar de sarcasmo, responde:

- Lembrei! É Espanta Jararacas! Uma delícia e uma mão na roda! Você bebe, fica com a língua afiada, quente e não há veneno de jararaca que resista, não fica uma perto de você para contar lorota!

Por aquela resposta as três Marias não esperavam! Apesar de lesadas, de preconceituosas, de não respeitarem casais que começam um novo relacionamento, elas não eram burras e entenderam bem o recado. Disfarçaram dizendo ir ao banheiro e não incomodaram mais a Meg.

Albert aproxima-se da sua amada Meg, ela o apresenta ao barman:

- Este é o Albert, meu príncipe encantado pelo qual esperei minha vida toda!







Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 19/05/2009
Alterado em 19/05/2009
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