Djanira Luz dj@
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O POODLE COLORIDO




Aquela empresária, cheia de mimos com seu poodle “Albert Fred” – é porque cachorro chique tem nome e sobrenome... Foi levá-lo ao salão para animais, a fim de tosar e pintar o pelo do animalzinho querido.

Chegando ao salão, Albert Fred está apavorado com aquele ambiente. Não imagina, coitado, o que irá lhe acontecer! A dona do Pet Salão, aproxima-se dizendo:

- Que coisinha fofa da titiiiia... Vamos fazer um penteadinho gracinha, vai ficar lindo, Eliz!

- Ah, Myle... Capriche, hein! Faça igual esse que está na revista Cães&Cia. Tosa completa: rosto, rabo, barriga, patinhas, estomacal, testículos. Tudinho! A cor, quero azul cian, ok?

- Ok, Eliz! Pode confiar nos meus serviços que vai ficar um arraso! – Garantiu Myle.

Albert Fred não estava entendendo patavina daquele diálogo, mas sabia que boa coisa não era. Ah, mas não era mesmo! Albert Fred pensava... “Acho que hoje vou me ferrar!”

Myle despediu-se de Eliz e foi logo fazer a tosa. Albert tremia, uivava qual um lamento, enquanto as mãos ágeis da tosquiadora iam dando novo formato ao seu pelo. Feito isso, ele é levado para tomar banho. Esfrega daqui, esfrega dali e Albert Fred já está enjoado, cansado, odiando aquela mulher que o trata como se ele fosse um bicho de pelúcia.

Albert Fred pensa... “Ai que vontade danada de morder esta mulher todinha!”. Após o banho, Myle passa para a coloração dos pelos do animal. Faz matiz para obter o tom do azul desejado e finaliza o serviço colorindo Albert Fred conforme foi solicitado pela dona dele.

Quando termina, Myle seca o cãozinho e o leva defronte ao espelho para que ele conheça e admire sua nova aparência. Ao se deparar com a própria imagem, a primeira reação de Albert Fred, foi a de saltar do balcão e ficar correndo em torno de si feito cachorro louco. Com muito custo, Myle conseguiu segurar o poodle e acalmá-lo.

Quando sua dona retornou para buscá-lo, ficou fascinada com o excelente trabalho da profissional.

-Tudo perfeito! Tosa e o tom da cor! Maravilha, Myle! Ficou Show de bola! – Disse Eliz toda satisfeita.

Albert Fred, muito contrariado, novamente ficou pensando... “Sua idiota! Lindo uma ova! Estou é ridículo e todo assado pela tosa e pelo exagero do xampu!!!

Quando Liz ia saindo com o poodle sendo conduzido pela corrente, ele empacou não querendo sair do salão. Eliz falou gentilmente:

- Vem Albertinho... Vamos meu amôôô...

Albert pensava: “Não arredo o pé daqui, sua dona desnaturada, destrambelhada! Não tá vendo que a rua tá cheia de amigos meus que vão cair na minha pele por causa desta aparência ridícula?”

Eliz, depois de muito insistir, foi puxando o cãozinho até sua casa que ficava próxima dali. Só que ao chegar a rua, haviam cães vira-latas e gatos de sarjetas que ficaram olhando aquele “cachorrinho de madame” já caindo na gargalhada além de ficarem fazendo comentários maldosos:

- Ai, Bigu... – Disse um vira-lata para outro. – Olha que coisa ridícula aquele filhotinho de papai! Hahahahaha...

- Seus palhaços... Não entendem nada de moda! Nunca ouviram aquela frase da Tati Quebra Barraco... “Sou feia, mas tô na moda”? Raça de ignorantes!!! – Disfarçou Albert Fred.

Aquele poodle estava envergonhado e furioso com aquelas pilhérias dos cães e gatos vagabundos. Olhou para o céu e suplicou:

- Oh, São Francisco... Interceda por mim junto ao Criador de todas as coisas para que Ele me conceda retribuir tudo que me foi feito hoje... Faça com que em outra encarnação, eu retorne como humano, e minha tutora, um cachorro!



 

Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 17/04/2009
Alterado em 24/05/2024
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