LÍNGUA FERINA... PARA DENTRO DA BOCA!
Quando escrevo, acredito que o assunto a partilhar seja interessante para o leitor conhecer. Seja uma informação para enriquecê-lo, seja algo engraçado para fazê-lo rir, seja uma lição para levar pela vida toda... O que divido é sempre com intuito para você crescer como pessoa, aprendendo com meus erros e acertos para que se torne melhor tirando lições das minhas experiências.
Esta crônica fala sobre uma situação que tento não vivê-la, pois no final faz com que eu me sinta péssima. Não aconteceu nada ontem nem hoje, só que fiquei pensando muito sobre isso por conta de algumas coisas que tenho visto.
Eu tenho raiva daquela palavra maldita que sai da minha boca em momento de grande descontrole, na hora em que eu mais deveria ficar calada, ela sai. Você consegue entender o que eu digo, será que já sentiu isso? Creio que sim. Penso que pelo menos uma vez na vida, toda pessoa já se arrependeu por ter dito uma ou meia dúzias de palavras achando-se cheia ou coberta de verdades. Responder ou rebater o outro não que significa despejar chuvas com nomes de baixo escalão, é fazer algo ainda pior... É ofender com palavra que fira os sentimentos, a moral, algo que magoe profundamente.
Geralmente quando rebatemos alguma pessoa que nos ofendeu é porque a nossa mente já se envenenou com o que ouvimos e guardou aquelas injúrias no coração que se encheu de mágoas, então a língua ferina que não cabe na boca, em dado momento expele sem etiqueta toda a ira.
Muitas vezes rebatemos, damos o troco não pela ofensa em si, mas porque somos orgulhosos, porque não queremos ficar “por baixo” sentindo que somos inferiores àquele que nos agrediu, que nos humilhou. É mais fácil contestar a ficar calado. Quem não responde denota que está sem razão? É covarde? Não tem argumento? Não. Hoje sei, quem não refuta é na verdade, superior.
Quantas vezes eu poderia ter ficado quieta sem rebater, sem retrucar. Seria menos desgastante, mais nobre. Mas, a soberba não me deixava calar. Eu não poderia sair simplesmente do raio da visão do meu agressor? Não! Tinha que ser mais dura do que ele!
Nessas horas de orgulho ferido não importa saber quem tem razão. Quando estamos numa disputa, o que interessa é quem vai proferir a maior ofensa guardada nas mangas. Vaidades! Pobreza de espírito... De sangue frio, é fácil ver meus erros.
Palavras que saem da boca na ocasião da ira podem custar-nos peso na consciência mais tarde. Na hora da discussão, quando acreditamos que a ofensa proferida conseguiu fazer o outro calar, faz-nos sentir vitoriosos, superiores, melhores. Ledo engano! Com o tempo, passada a euforia do “eu venci”, bate a vergonha por ter dito tais palavras; vem a compaixão pelo outro por tê-lo exposto ao vexame e o pior de tudo é o remorso que fica martelando horas, dias fazendo com que nos sintamos os menores dos seres.
Se pensássemos do contrário, do final para o começo, certamente evitaríamos tantos desgastes, sofrimentos, mágoas, remorsos, vergonhas. Palavras ofensivas saem como setas de nossa boca, porém, elas voltam como bumerangues atingindo-nos a consciência...
É saudável que eu escreva sobre este assunto. Caso você venha sofrer alguma ofensa ou injustiça, lembra-se da minha crônica como uma referência e pense assim: “Se responder, no fim das contas, serei eu quem irá sofrer mais!” Então poderá frear seu ímpeto desejo de rebater.
Já passou por isso? Então, o que você prefere... Superar o orgulho e não rebater ou ter por companhia a vergonha, o remorso, a compaixão martelando dia após dia na sua consciência?
Quanto a mim, agora opto pelo sono tranquilinho, tranquilinho...
Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 07/02/2009
Alterado em 08/02/2009