Djanira Luz dj@
As Palavras Que Criam Vida...
Textos
VIVER O AMOR OU O AMOR APARENTE?
Parecia mesmo amor para toda vida. Ele e ela sempre juntos.  Colados dentro, um no olhar do outro. Perdidos em seus abraços.  Unidos aos pensamentos mútuos.  Presos aos mesmos ideais. Inseparáveis! Perfeito. Amor verdadeiro e para toda vida. Infinito, eterno.  Bem, era o que transpareciam... Acabou.

“-Como? Terminaram? Impossível!” ...

Foi o que mais se ouviu naquela semana do rompimento. Ninguém acreditava ou queria acreditar que um amor assim tão grande, imenso mesmo, pudesse ter de fato um fim. Mas, teve. E até onde sei, não tem volta.  

Sempre fui muito analítica. Muitas vezes quis dizer alguma coisa para o casal flamejante de amor, pois percebia que, apesar da demonstração de tanto afeto e afinidades, aquela relação cheirava a rupturas. Achei melhor privar-me de uma situação constrangedora. Pensa bem... Muitas vezes de fora de um enredo, enxergamos com mais clareza e transparência. E via que não era amor, paixão. Era empolgação. Era tudo, entende? Menos amor. Começou com chamego, boa conversa, algumas afinidades, gostares parecidos... E todos ao redor comentavam: “Nasceram um para o outro!”. Acredito que um pouco de exibicionismo também tenha apimentado essa relação. Todo mundo gosta de viver ou imaginar-se vivendo num conto-de-fadas com finais “felizes para sempre”.  Sabe quando você percebe que a Cinderela perdeu o sapatinho de Cristal e o fio da meada, mas para não contrariar, para não decepcionar o leitor, sustenta aquele faz-de-conta-de-amor-para-toda-vida? Então, eu já havia reparado isso! Talvez outras pessoas próximas ao casal, também. É que muita gente faz “vista grossa” ou se evita intromissões como eu para não ouvir:

“-É pura inveja! Liga não...” Ou “- Ela tá de olho no seu noivo. Abre o olho com ela!” – Dá até para me sentir aquele personagem de programa de humor o “Zeca Seca”. Isola!!! Melhor mesmo é ficar de bico calado que não me entra mosca e não ouço pilhérias!

Então, você que está passando por uma situação semelhante, não sustente isso. Tenha coragem de romper a corrente! Corrente aprisiona e entristece. É diferente de elo que fortifica a relação. Faça como o casal aqui mencionado. Apesar da demorada e lenta percepção, poucos meses antes do casamento, tiveram a coragem de admitir que permaneciam juntos por orgulho, por não dar o braço a torcer para “os outros”, para não confirmar que aquele casal modelo de amor eterno não passava de engodo.  

Para que e por que ficar preocupado com o que os outros pensam? Se depois o casal é quem vai sofrer as consequências dos passos errados? Vergonha? Faça-me o favor... Não! Reflita, use o máximo de neurônios possíveis para sair de uma situação que por ora possa ser até, digamos, humilhante. Acredite, será menos doloroso do que viver uma vida de aparências... E, não fique preocupado com os fuxicos... Lembre-se deste dito... – “A notícia de hoje, embrulha o peixe de amanhã.” -  As piadinhas maldosas duram menos que o arrependimento!

Bem, não quero ser responsável por casamentos desfeitos,  apenas prezo pela união desejável e feliz.

Podem viver de aparência sim, mas o amor... não! Amor não sobrevive. Amor tem quer ser real, não mera ficção ou fixação. E uma relação a dois sem amor, acredite, é insuportável!

Diga-me o que deseja... Viver o amor ou o amor aparente? Ser feliz ou viver para sustentar uma lenda de que “nasceram um para o outro”?


Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 07/01/2009
Alterado em 07/01/2009
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