De boba alegre! É essa cara que cheguei a casa poucas horas atrás. Hoje, digo ontem, (já passa da uma da madrugada) foi o dia da audição de piano da minha filha. Ela tocou Greensleeves. Lindo! Esteve divina, não errando nenhuma nota, nem tempo. Meu nariz ardeu, mas fui forte e não chorei.

Mãe é boba mesmo e não tem jeito de ser diferente... Torcemos, vibramos, lutamos, brigamos por nossos filhos e quando fazem algo como cantar, tocar, encenar, escrever, recitar, ou seja lá edificante que for, ficamos tão felizes a ponto de parecer que o coração vai saltar da garganta...

Acho que esse mesmo sentimento deve tomar o coração de profissionais que amam o que fazem... É, deve sim! Imagino emoção do obstetra quando ampara a criança na hora do parto e o entrega ao pediatra para que seja entregue a mãe... A felicidade do treinador quando seu time ou atleta sagra-se campeão... A satisfação do professor de piano quando vê aquele aluno que entrou sem saber nem dó nem ré, tocar uma rapsódia inteirinha divinamente... A gratificação do juiz ao ter a certeza de que a sentença dada por ele foi justa... O gosto da vitória do advogado ao ganhar, honestamente, a causa para seu cliente injustiçado... A felicidade do mecânico descobrir o defeito do carro só em ouvir o barulho do motor... O prazer do patrão em anunciar a promoção ao funcionário querido e dedicado... A alegria da professora em dar nota máxima para o aluno que se esforçou durante tantos meses... E a satisfação e alegria de tantos outros profissionais e pessoas que ficam com o coração transbordando de felicidade por amar o outro.

Estou em estado de êxtase e espero que isso dure até a próxima audição de fim de ano. Pelo tamanho do meu sorriso, vai durar sim! Ainda mais que vou ser “obrigada” a contar  como foi a apresentação para as avós, para os avôs, para as tias e tios, padrinhos, para os amigos... Vai durar um ano só recordando e a felicidade por lembrar, vai de brinde atrás.

É... A vida é bela se soubermos apreciar e aproveitar essas pequenas delícias. Diga-me, qual a sua delícia, hein?

Ainda estou com a cara de boba! Vai durar...Vai sim.


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Adendo: Agradeço a gentileza do escritor e especialista em pediatria
Fabio Daflon em fornecer informação precisa para aperfeiçoar o conteúdo da minha crônica. Fiz a devida correção. Havia escrito que o obstetra entrega o bebê para a mãe. Mas, o Fabio Daflon esclareceu conforme comentário abaixo.