Já foi o tempo em que eu rezava e pregava conforme o dito: “Ajudar sem olhar a quem” ou “Fazer o bem sem olhar a quem”...

Diante dos últimos acontecimentos, crio nova cartilha de olhar SIM a quem antes de ajudar, de fazer o bem.  Para mim, dei um basta na minha caridade cega depois que uma senhora foi agredida por recusar-se a dar alimento para um casal morador de rua. A senhora deu almoço por dois dias para o casal. Na terceira ida do casal a sua casa, a senhora informou-lhes que não tinha condições financeiras, nem saúde para oferecer almoço sempre. Então foi, desmerecida e covardemente espancada por fazer o bem sem olhar a quem...

Esse episódio trouxe a minha mente um fato quando morava em outra cidade.  Por três finais de semana consecutivos, apareceu em minha porta uma humilde senhora que chorava... Suplicava... Contava das angústias e lutas da vida...  Coração compadecido e movido pelas revelações daquela infeliz, por três finais de semana, ajudei sem olhar a quem...  Na quarta vez em que ela bateu na minha porta, por já ter percebido que ela só recorria a mim, passando direto pelas outras casas, do interfone informei-lhe que naquele dia não tinha nada para oferecer. Orientei ainda, que fosse procurar auxílio na igreja da qual participava.  Forneci até o nome do responsável pelas cestas básicas que estava a espera dela. Eu havia cadastrado o nome dela para receber todo mês um auxílio. Sabe o que ela me disse? Transcrevo aqui com todas as letras tortas o que aquela “humilde mulher” teve o despropósito de dizer:

- AHH... SUA FILHA DA PUTA! NÃO VAI ME... (Não ouvi o restante porque desliguei o interfone).

De lá para cá, fiquei mais seleta até para ajudar. Parei de cair em conversas regadas a choros e tragédias gregas. Veja bem...  Ajudei três vezes seguidas “vestida de boa samaritana”, quando fui sincera, minha mãe foi insultada!?

É com pesar que mudei todo meu pensamento em relação a ajudar pessoas carentes. Agora só faço doações em igrejas, creches, asilos e afins. Ainda dói quando aparece uma senhora pedindo e não ajudo. Aí eu penso: E se for o Cristo disfarçado...  Depois acerto as contas com Ele, sei que vai me entender... Fico mal, mas tenho filhos e não me perdoaria se por minha imprudência, eles viessem a sofrer uma violência. Não confio mas em cara triste e suja, já não me comovo tanto...

E não me venha falar dos Direitos Humanos! A lei está tão deficitária que só tem favorecido gente errada. Se o policial mata num confronto um bandido, ele vai responder processo porque o Direitos Humanos aconchega o meliante. Mas, se um seqüestrador mata alguém, a policia não pode fazer nada porque os Direitos Humanos aconchega sabemos quem...

E nós? Pessoas ditas de bem? Quem irá nos proteger de gente que nos agride por tentarmos ajudar, dar alimento, de sermos bons cristãos ou bons espíritas ou bons macumbeiros ou bons em quaisquer que sejam as denominações religiosas?

Então, Direitos Humanos, não está na hora de rever os seus preceitos???

E você, amigo leitor, o que pensa sobre isso? Vamos mudar!?