Djanira Luz dj@
As Palavras Que Criam Vida...
Textos
MESMOS OLHOS, OUTROS OLHARES...
Sou assim. Lido com gente. Não importa nível social, raça, credo, opção sexual... Basta ter caráter.

Conversava com um varredor de rua, quando uma conhecida passou por mim e olhou para ele com repulsa. Fingi não perceber o infeliz gesto dela e continuei a conversa animada com o varredor.  Em seguida, despedi-me e segui meu destino.

Além da minha conhecida, notei que vários transeuntes torciam igualmente o nariz quando passavam por mim que conversava com um varredor.

Numa das lojas que entrei, encontrei a tal conhecida que teve a petulância de me dizer:

- Aiii, não sei como você tem coragem de falar com um “gari”... Ele não tem classe e cheira muito mal!

Olhei-a por inteiro e apesar de ter tomado banho de perfume, ela estava fétida devido ao seu preconceito e arrogância. Com certas pessoas, nem rebato. Não vale à pena! Como diz a boa, velha e sábia Bíblia – “Não jogue pérolas aos porcos.” Pessoas desse tipo, nem adianta ensinar. Não sabem discernir uma coisa da outra, elas têm outros valores...

Dei uma volta de cento e oitenta graus, mudando de assunto rapidamente. Falei que iria ver um Pendrive  Data Traveler 150. Foi então que ela comentou que a TV dela deu um defeito e pagou uma grana pelo conserto. Não perdi a deixa...  Ciente de que o modelo da TV é o  mesmo da minha, informei-lhe que havia levado na autorizada e realmente era esse preço para o reparo do aúdio, mas como converso com “varredores de rua” e fico sabendo que além de trabalhar fazendo a limpeza da cidade, aquele varredor conserta qualquer aparelho eletrônico. O mesmo defeito caro pago por ela à autorizada, paguei míseros centavos. Pois, o varredor foi mais honesto do que a limpa e conceituada autorizada. O defeito foram quatro diodos queimados, cada um no valor de quatorze centavos...  

Tive um orgasmo de satisfação ao ver a cara patética daquela mulher! Espero que tenha aprendido a ver o outro com outros olhos.

Há um ditado –“Não julguem um livro pela capa”, entretanto o grande dramaturgo, escritor e poeta irlandês Oscar Wilde, dizia - "Só os tolos não julgam pela aparência”.

Prefiro o dito popular, pois se assim não fosse, não leria vários livros excelentes por conterem capas sem quaisquer atrativos. E esse dito também pode ser usado para julgar as pessoas pela aparência. Aquela minha conhecida que o diga... Deve estar amargando até agora pelo julgamento que fez e pela grana que perdeu.

Quanto ao que o ilustre Oscar Wilde falou de julgar sim pela aparência, apesar de ser reconhecido, famoso, terminou seus dias usando pseudônimo depois que saiu da prisão e embriagando-se com absinto. Acabou pobre, sem a boa aparência... Terminou vítima de suas próprias palavras, infelizmente.

Da próxima vez que for julgar alguém pela aparência: Pare e com mesmos olhos, tenha outros olhares...



Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 01/12/2008
Alterado em 02/12/2008
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