EU JÁ FUI ASSIM!!!???
Eu me recuso acreditar que um dia fui uma adolescente assim complicada, cara fechada, mal humorada e com algumas gargalhadas exageradas. Mas na maioria do dia, com ar de carente, mal amada, emburrada! Pior que... Sem motivos!!
Aiii... Vou ter que voltar no tempo e desdizer que Física e Química são as matérias mais difíceis... Em matéria de criar um adolescente bate recorde! Posso afirmar que só hoje é que dei o devido valor à minha mãezinha. Embora a ame muito, mas se fui o que minha filha tem sido, minha mãe merece toda minha admiração e respeito redobrado.
Minha filha é linda, não só a aparência, mas o seu interior. Meiga, amável, educada, amiga, leal... Uma menina adjetivada. Não por ser minha filha, mas pela índole dela. Só que, a cerca de três meses, ela está diferente, inconstante...
Saio de perto dela, está de um jeito. Quando volto nunca sei quem vou encontrar. E não é no outro dia, é coisa de quinze minutos depois! Ao mesmo tempo há uma duplicidade de temperamento. Já não sei quem vou encontrar naquele corpo que se diz ser da minha filha de doze anos... Será a Bela ou a Fera; o Médico ou o Louco; Anjo ou Demônio? Não sei, não sei... Estou confusa...
Há momentos em que ela está tão “arrogante” que até eu fico com vontade de revidar, acredita? Mas, é minha filha... E eu a amo muito, ela é a melhor parte de mim... Então, minha indignação cede lugar à compaixão porque que sei que ela deve estar sofrendo. Ainda bem que algumas horas ela ainda extravasa essa fúria tocando piano. Acalma um pouco o espírito, mas não por muito tempo.
Esse momento é difícil, complicado. Mudança física e mental faz uma bagunça danada dentro de nós. É o cataclismo humano. Apesar de não me lembrar bem como fui nesse período da vida, penso que devo ter passado pelas mesmas dificuldades dela. Embora que épocas distintas, as transformações são exatamente iguais.
Reconheço que estou meio perdida feito minha filha. Ela, por querer ser adulta e não se achar mais criança e eu também por não querer e aceitar que ela está crescendo. Ah, se ela soubesse que crescer dói, não quereria tão rápido assim...
Sim, eis que descubro que minha mãe é uma santa anônima! Minha mãe Maria, de hoje em diante será Santa Mãeria! E nem preciso do Papa com seu processo Canônico e ter que esperar cinqüenta anos para canonizá-la. Pois ela, além de mim, teve outros adolescentes enfurecidos para criar!
Então, creio que mães que amam e criam bem seus filhos como minha mãe fez, livrando-os dos maus caminhos, são todas Santas Anônimas.
E você que tem adolescentes em casa, tem algum conselho ou consolo para mim? Esse misto de humor vai passar logo?
Enquanto não passa essa fase, vou exercitando minha paciência por amor a ela...
"Santas Anônimas", rogai por mim!!!
Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 25/11/2008
Alterado em 25/11/2008