Djanira Luz dj@
As Palavras Que Criam Vida...
Textos

DÁ-ME PROBLEMAS, DOU SOLUÇÕES!

 

Há algum tempo assisti ao filme “A ilha da imaginação” com a brilhante atriz Jodie Foster. Narrava a história de uma garotinha e seu pai, um viúvo biólogo marinho. Viviam em ilha remota à sombra de um vulcão.

 

Achei atraente isso, porque já vivi assim à sombra de alguns ”vulcões”... Havia o estressado vulcão-professor que, por causa de meia dúzia de alunos, jorrava palavras-lavas sobre todos nós, pobres e dedicados alunos. Tinha o vulcão-patrão exigente que, a qualquer momento, entrava em erupção sem aviso prévio. Além de algum colega de trabalho que, por motivos fúteis, deixava sair pelas narinas raiva-cinza-vulcânica sufocando-nos com inveja e desrespeito.Penso que muitas pessoas vivem à sombra de algum vulcão. Um vulcão-homem, vulcão-mulher, vulcão-sogra, vulcão-genro, vulcão-nora, vulcão-filho, vulcão-irmão, vulcão-vizinho, vulcão-fulano, vulcão-sicrano, vulcão beltrano, enfim.

 

Caso você não consiga pôr o seu vulcão em extinção, ao menos esteja de sobreaviso. Conhecer o vulcão e suas consequências é um grande trunfo. Assim como é feito em países onde há vulcão, fique atento aos sinais. Aos primeiros indícios de fumaças-ofensas, mantenha a calma e o equilíbrio. Não revide.

 

Geralmente a pessoa que está a ponto de entrar em erupção gosta de atiçar, de lançar labaredas e de atear fogo para sentir-se mais forte, pois sendo assim intensa, mais violenta será sua explosão final. Procure ser tolerante e nobre. Esteja com o espírito preparado para a hora da erupção. Aquilo que se espera acontecer é menos obscuro. Caso não consiga extinguir o vulcão, ao menos aplacará a fúria. O seu silêncio, saber ignorar certos rompantes de ira é crucial para coibir tais atitudes não civilizadas.

 

Até que já consegui extinguir alguns vulcões ao longo do meu caminho. Um e outro, porém, volta e meia insiste vir à tona. Em momentos assim, fico repetindo uma frase que criei quando mais jovem: dá-me problemas, dou soluções!

 

E assim é e tem sido. Dou utilidades para o que, a princípio, parece não haver solução ou serventia. Das cinzas que me sufocam, adubo minhas rosas. Da lava que me apedrejam, resfrio e transformo em basalto. Vira calçada, passo por cima.

 

 

Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 12/11/2008
Alterado em 22/02/2024
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras