Acordei no Dia das Bruxas e do Saci, muito alegre. Arteira. Fiquei mais feliz porque ao conferir e-mail, encontrei mensagens carinhosas de amigos e a poetisa de pseudônimo Essência de Tempestade que muito amável, fez uma homenagem para as poetisas que estiveram visitando seu RL. Ela foi de uma doçura, de uma delicadeza que senti necessidade de registrar aqui. Tipo de pessoa que dispensa tempo para levar amor, carinho, atenção e PAZ para os outros. Lindo.

Depois nesse clima de satisfação, peguei um cd e fiquei ouvindo e dançando a música do Queen “Another One Bites The Dust”. E segui dançando pela casa inteira, talvez liberando mesmo a “bruxa” que se esconde em mim.

Mais tarde, quando estava indo ao colégio dos meus filhos, ouvi uma menina de uns oito anos aos berros, chacoteando com a outra da mesma idade:

“-Minha mãe disse que você e sua mãe usam roupas de brechó!!!”

Confesso que senti um grande desconforto. Sem que a menina agredida verbalmente percebesse, olhei para ela de soslaio. Vendo a tristeza naquele rostinho lindo, todos os sentimentos de compaixão, tive por ela... Pensei em parar, repreender a agressora e consolar a ofendida. Mas a agressora entrou no carro do pai e a outra, numa padaria. Continuei meu caminho. Um pouco menos feliz do que quando saí de casa.

Agora fico pensando como há pessoas que vão semeando tempestades, furações, tufões, maremotos, terremotos, erosões, começando mesmo pela a própria casa! Por que não semear a PAZ, a alegria, uma palavra de conforto, de consolo, de ajuda? Vejam o assunto fútil daquela família. Pobre família que perde tempo zombando da vida alheia. Que pobreza de assunto, que maldade de espírito!

Fico contrariada quando me chamam de “boazinha”! Não sou boazinha! O mundo é que está tão agressivo, tão estúpido, tão explosivo, que qualquer atitude normal que se faça, somos tachados de bonzinhos.  Ajudar o próximo é um dever de todos. Acho tão normal ajudar a quem mais precisa. Isso eu aprendi desde guria e cresci com esta realidade de partilhar. Não só o alimento e roupas para o corpo, mas alimentar o espírito com palavras que elevam. Vestir a alma de palavras que confortam e que tornam a vida mais suave.

Existem pessoas que sentem prazer em ofender a quem quer que seja, mesmo nem conhecendo o outro. Vão agredindo não importando se quem está sendo ofendido sofre de problemas físicos ou sentimentais.

Pessoas ofensivas assim são egoísticas. Vivem olhando para o próprio umbigo ou para sua própria imagem refletida num espelho. Pessoas amargas e más. Ao invés de levarem rosas para os outros, levam espinhos.

Já passei por intempéries... Fui manchete de jornal, estive com um cinturão de bombas caseiras em volta do corpo... Mesmo assim, depois de tudo que sofri, nunca fui agressiva com ninguém até este momento e assim pretendo ser até que vá para uma outra dimensão... Não me revoltei contra Deus, mantenho minha fé. Não desforrei meus infortúnios em cima de ninguém. Não amarguei minha vida. Não que eu tenha sangue de barata. Tenho meus rompantes de fúria como qualquer pessoa! Porém, tenho equilíbrio, controle. Mordo na língua quando necessário para não me arrepender do que falei e sei também deletar minhas escritas quando acredito que fui longe demais... Sei mais ainda, acima de tudo, promover a PAZ. Tanto que cerro os olhos para certas atitudes (não por covardia) por compaixão de quem me ofende. Eu cicatrizo feridas...

Bem, neste Dia das Bruxas, minha magia vai ser inusitada... Ela vai ser de cor branca, é uma magia para a PAZ!

Por isso que eu digo: Deixa-me PAZ!  Quando vier me visitar, deixa-me PAZ e leve a minha também...

...Aqui só tem doçuras...;D