AMOR PRÓPRIO (PARA MULHERES)
E tenho lido muito sobre a Eloá. Em versos, prosas ou crônicas, mas acredito que existem “N” Eloás por aí. Não só adolescentes, mas “Eloás “ adultas, que ainda hoje, se perdem, se prendem, se esquecem por uma idéia de amor. É, porque o relacionamento dessa menina, não era amor. Amor não prende - une; amor não maltrata – cuida; amor não aprisiona – liberta; amor não machuca – cura. Trago em mim um conceito sobre amor que é algo bonito e recíproco. Tem que haver química, a mesma troca de olhar, o olhar na mesma direção, é preciso ter mesmos quereres, interesse mútuo, cumplicidade de sentimentos...
Quem nunca acreditou estar perdidamente apaixonado e idealizou a sua paixão, depositando nela a responsabilidade de estar ali no outro a sua felicidade? Precisamos antes, nos amar, ter amor próprio para enxergar no outro um amor de verdade que nos completa e não tê-lo por dependência. Quando acreditamos que nossa felicidade depende do outro, tornamos o relacionamento algo pesado e difícil de levar. Amor implica bem-estar, sentir-se bem e perceber que está sendo um bem para o outro com a mesma procura e intensidade. Se o amor é unilateral, creio que não vale a pena investir nesse relacionamento. Uma hora haverá rupturas. E quando só um lado quer e muito, pode ser nocivo para ambos. A sensação de perda de um amor assim que se imagina “grande demais” é perigoso, pois a parte que ama, fica totalmente dependente, fragilizada, insegura. Vai querer fazer de tudo para o outro acredite que ambos se necessitam, quando a realidade é bem diferente...
Sim, há Eloás adultas que tentam sair de um “relacionamento-prisão” e acabam sendo agredidas, violentadas ou mortas. É grande o número de mulher que vive com homem agressivo, violento e que a agride, que mesmo com toda violência diária doméstica, o relacionamento permanece porque ambos se perdoam, muitas vezes justificando “ele me ama, era ciúme” ou “ele havia ingerido bebida alcoólica”... Aceitar esse tipo de argumento, essa desculpa, faça-me o favor! Hoje em dia, não podemos mais compactuar com essa atitude retrógrada! O mundo evoluiu, a mulher também. Então por que viver num ambiente assim? Masoquismo? Não! Há sempre um meio melhor, uma saída. Difícil, eu sei... Melhor, porém, do que perder a própria vida.
E as mulheres que se abrem, fazem cenas, declarações íntimas, se expõem para uma pessoa que muitas vezes só conhecem as palavras? Quando leio alguns textos no site, vejo mulheres declarando seu amor, sua paixão e mesmo “tesão” de uma forma banal, vulgar. Percebe-se o apelo, a carência, o desrespeito consigo mesmo – falta de amor próprio. E pelo teor do conteúdo, não há reciprocidade, é uma mendicância de atenção. Dá impressão de que estou mesmo num site de relacionamento, não literário. Sinto dó dessas mulheres que chegam a este ponto. Também já tive ilusões, fui jovem... Mas nunca deixei que meu amor superasse minha dignidade. Algumas mulheres podem me odiar por estar falando francamente assim, mas saibam que eu me incluo nesta lista de mulheres que entram em estado de êxtase quando lêem ou vêem alguém. Apaixonar-se ou acreditar estar apaixonada não é privilégio das mulheres jovens não. Mulheres mais maduras e mesmo as casadas se não se policiarem ficam com as cabeças nas nuvens com tipos sedutores. Quando me vejo inebriada, geralmente com poesias e começo a criar fantasias, vou logo dando três estaladas de dedo em frente dos meus olhos para sair do transe, voltar das nuvens, retornando para o mundo real. É ótimo estar apaixonada, faz-nos sentir vivas, alegres, renovadas. Mas estar apaixonada sendo correspondida é bem melhor.
Quando acreditamos estar assim “perdidamente apaixonadas”, parece que ficamos com uma trava nos olhos impedindo-nos de perceber a realidade. Quando, por algum motivo ou luz divina, saímos deste estado catatônico que a paixão platônica nos causa; sentimos vergonha num misto de raiva por termos perdido tanto tempo com alguém que não soube acolher todo esse amor. Foi válido aquele sentimento de amor unilateral. Enquanto iludidas, viajamos, criamos um mundo fantasioso de belas situações e de finais felizes, concordam? Servem até de inspiração...
Bem, cara amiga, já sabe... Se começar a ficar assim muito empolgada por alguém e começar a fazer coisas que normalmente não faz ou faria, estale os dedos...
...E siga feliz!
Djanira Luz
Enviado por Djanira Luz em 23/10/2008
Alterado em 24/10/2008